E se o sonho acabar após uma tragédia?

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O massoterapeuta e tatuador Arnaldo Radeke de Carvalho, 39 anos, perdeu em poucos segundos, 14 anos de trabalho de restauração e R$ 120 mil em investimento. O antigo carro Mercury Cougar 1970, transformado depois de muita pesquisa na Internet, foi avariado há quase quatro anos em um acidente.

“Pensava em deixar para o meu filho, que também gosta muito de carro, mas agora o sonho acabou, tanto para mim, quanto para ele”, disse na época.

(Foto: Felipe Bastos/G1MS)
(Foto: Felipe Bastos/G1MS)

Após o acidente, o tatuador levou o carro para oficina mecânica e o veredicto foi desanimador. “O mecânico já me disse que é praticamente impossível salvar o carro, pois danificou o chassi, que é o esqueleto do carro; raramente vou encontrar isso, sem falar que seria muito, muito caro”.

Investimento
Arnaldo Carvalho comprou o carro quando tinha 19 anos, com investimento inicial de R$ 10 mil, justificado pela admiração pelos modelos clássicos norte-americanos. “O carro não andava, comprei na paixão, não fazia a mínima ideia do quanto gastaria para deixá-lo novo”.

Em 2000, quatro anos depois da compra e depois de algumas reformas, conseguiu dar a primeira volta com o carro. “Foi emocionante, mas ainda faltava muito para fazer”, lembra o tatuador.

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Carvalho lembra que a compra de peças era processo lento e de difícil negociação. “Procurei alguns dos outros proprietários de Mercury Cougar no Brasil, mas não quiseram ou não puderam me ajudar”.

O tatuador disse que somente nos últimos três anos a restauração começou a acelerar, depois que conseguiu comprar peças originais por meio de sites americanos. Além do custo da peça, ainda era necessário o desembolso com imposto de importação e frete. Para comprar uma chave de seta, por exemplo, o gasto foi de R$ 500.

Outro gasto considerável foi com a troca do motor. O original estava velho e não teve como recuperar. Carvalho resolveu usar um equipamento novo, avaliado em R$ 20 mil, com injeção direta de combustível.

Pêsames
Em 2010, ou seja, 14 anos depois do início do investimento, o Mercury estava pronto para voltar às ruas. O importado não ficou na garagem, mas foi incorporado ao dia a dia do tatuador, que até viajava com ele. “Eu restaurei o carro para poder andar, não foi para ficar parado só admirando”.

No período em que usou o carro, Carvalho recebeu várias propostas de venda, todas recusadas.
“O carro também era o mascote dos amigos e familiares, todo junto admirava e acompanhou toda esta história; ele tinha um gosto especial não só para mim, mas para outras pessoas também. Após a batida já recebi até os pêsames”, contou.

Atualmente Arnaldo Redeke reside em Campo Grande no Mato Grosso do Sul, animais, natureza e questões humanitárias são suas novas paixões.

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