10 carros brasileiros incríveis que você nem sabia que existiram

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Não é “complexo de vira-lata”, mas definitivamente, talvez por falta de investimentos ou de alguns fatores extras, que ainda não conhecemos, não costumamos emplacar grandes carros. Ao longo das últimas décadas muitas empresas nacionais se aventuraram nesse mundo dominado pelas gigantes montadoras americanas, alemãs e asiáticas.

Caros, ultrapassados e feios? Nem tanto, muitos modelos nacionais até que eram esteticamente arrojados, muitos foram elogiados até mesmo pelos gringos, o porque de não terem emplacado, sinceramente não sabemos.

1 – A Lobini foi uma fabricante brasileira de automóveis. Fundada em 1999 pelos empresários José Orlando Lobo e Fábio Birolini (a combinação dos sobrenomes dos dois deu origem à marca Lobini).

Em 2006 a Brax Automóveis adquiriu a Lobini e sua fábrica localiza-se em Cotia (SP). Seu único modelo atual é o famoso e esportivo Lobini H1. Seu motor é um 1.8 20V turbo, derivado de seu concorrente Golf GTI.

Foto: Fernando A. de Gennaro

2Puma foi uma fábrica brasileira de automóveis esportivos e caminhões de pequeno porte, que atuou entre 1967 e o início dos anos 1990.


3 – Santa Matilde foi uma indústria de automóveis fabricados no Brasil. O SM 4.1S foi um de seus principais modelos.

FOTO SERGIO CASTRO/AE

4MP Lafer foi um automóvel da Lafer S/A, lançado em 1974. Criação de Percival Lafer, dono de uma fábrica de móveis, o MP Lafer era uma réplica bastante fiel do clássico inglês MG TD, mas com mecânica da Fusca, que possuia um motor Boxer de quatro cilindros traseiro refrigerado a ar. Apesar da potência insuficiente, o MP Lafer se tornou um carro bastante cobiçado em sua época. Após 16 anos e 4.300 unidades fabricadas, a produção foi interrompida.

Foto: mplafer.net

5 – A Dacon (Distribuidora de Automóveis, Caminhões e ônibus Nacionais) é uma companhia de automóveis fundada por Paulo Aguiar em São Paulo, em 1964. Foi extinta anos mais tarde. O MINI DACON foi um de seus melhores projetos.

Foto: André Lessa/Estadão

6Miura foi uma marca de automóveis brasileira, criada pela Besson, Gobbi S/A. Foi fundada em 1976 e extinta em 1992, quando da abertura do mercado nacional aos veículos importados.

Focou sua produção em modelos esportivos, geralmente dotados de mecânica Volkswagen, montados sob chassi tubular e carrocerias em fibra de vidro com desenhos próprios. Foi pioneira na apresentação do sistema de Freios ABS em 1990.

Apesar de ter fechado em 1992, a empresa recebeu encomendas até 1995, quando parou de vender a picape BG Truck.

Foto: Miura/Divulgação

7 – A Bianco foi uma empresa brasileira de automóveis, sediada em Diadema. Lançada no Salão do Automóvel de São Paulo de 1976, a empresa foi fundada pelo projetista Toni Bianco (Ottorino Bianco, projetista de carros de competição, sendo dele o projeto do primeiro Fórmula 3 brasileiro) para produzir carroceria em plástico reforçado e fibra de vidro e utilizando mecânica e motores da Volkswagen. Seus principais modelos foram o Bianco Furia (também chamado de Bianco S) e o Bianco Tarpan. Com um sucesso razoável para uma empresa brasileira na década de 1970, a Bianco fechou as portas em 1979 por uma divergências entre seus sócios.

Foto reprodução Youtube

8 – A Brasinca Ferramentas, Carrocerias e Veículos S/A é uma empresa brasileira que atualmente fabrica carrocerias para caminhões e veículos especiais. Foi fundada em setembro de 1949 na cidade de São Caetano do Sul, SP pela Gil & Schueler, uma das maiores revendas Ford do interior do Estado de São Paulo. A então chamada Inca – Indústria Nacional de Carrocerias de Aço S/A, foi a primeira do país criada com o objetivo específico de fabricar carrocerias metálicas de ônibus.

O nome da empresa foi alterado para BRASINCA, para não confundir com a Incar, uma empresa fabricante de carrocerias que já existia na época.

A Brasinca fabricou, por exemplo, a carroceria de fibra de vidro para a caçamba da pick-up Saveiro e as primeiras cabines do caminhão FNM em 1951.

A maior contribuição da Brasinca para a indústria automobilística brasileira, foi o desenvolvimento do cupê esportivo 4200 GT[1]. Projetado pelo espanhol radicado no Brasil Rigoberto Soler Gisbert e pelo mago da mecânica Ângelo Mário Gonçalves, o automóvel contava com carroceria em aço moldada à mão, motor dos caminhões Chevrolet da época, com 6 cilindros em linha e 4.271cc. Para alimentar o motor foram utilizados 3 carburadores ingleses modelo SU.

Foto: André Lessa/Estadão

9 – O Hofstetter foi um modelo esportivo que surgiu em meados da década de 1980, inicialmente com motor 1.6 e cambio de 4 marchas do Volkswagen Passat, e a seguir com motor 1.8 turbo e cambio de 5 marchas do Volkswagen Gol GT. A carroceria era feita de fibra de vidro, sobre um chassi próprio, e um dos destaques desse modelo estava no sistema de abertura das portas em estilo “asa-de-gaivota”, como nas Mercedes-Benz 300 SL Gullwing de 1956. O Hofstetter foi concebido pelo brasileiro Mário Richard Hofstetter. Projetado em 1973, foi mostrado ao público pela primeira vez somente em 1984, durante o XIII Salão do Automóvel.

Foto: André Lessa/Estadão

Sua fabricação iniciou-se 1986 através da Hofstetter Indústria e Comércio de Veículos Ltda. Teve apenas 18 unidades fabricadas e hoje é uma raridade valiosa. Em 2011 uma unidade foi colocada a venda por R$ 95.000,00 em Santo André (SP) e vendida em menos de 2 meses. O motor original tinha 140 cv, uma excelente potência na época. O carro, que teve inspiração no Alfa Romeo Carabo[1], ainda hoje é admirado e cultuado por muitas pessoas, devido ao seu design futurístico e exótico.

10 – A Chamonix foi criada em 1985 por Milton Masteguin – um dos idealizadores do mítico DKW Malzoni e fundador da igualmente legendária Puma –, em sociedade com seu filho Newton. A firma (sediada em Jarinu, SP) tinha como objeto inicial a produção de móveis de fibra-de-vidro. Em 1987, após se associar com o engenheiro automobilístico norte-americano Chuck Beck, passou a se dedicar à fabricação e exportação de réplicas Porsche, hoje consideradas das melhores do mundo pela imprensa especializada internacional.

O primeiro lançamento da Chamonix foi a reprodução do Porsche Spyder 550, modelo de competição de grande sucesso, fabricado em pequena quantidade pela marca alemã entre 1954 e 1956. Projetada por Chuck Beck, a réplica tinha carroceria moldada plástico reforçado com fibra de vidro, chassi tubular e mecânica Volkswagen (suspensões, direção, caixa de quatro marchas e motor 1600 refrigerado a ar, com 54 cv). Tal como no Porsche original, o motor era montado entre eixos, atrás dos assentos e em posição invertida; os freios dianteiros eram a disco. Como itens de série, bancos de couro e capota removível. O Spyder 550 com o motor VW boxer (sempre 0 km) permaneceu em produção por mais de 20 anos, porém com injeção eletrônica e 65 cv.

Desde o início a Chamonix teve na exportação o seu foco principal – inicialmente para EUA e Japão – o que a obrigou a se empenhar na qualidade do projeto e, em especial, nos detalhes e no acabamentos dos seus veículos. A ótima qualidade da carroceria foi favorecida pelo processo de laminação de fibra-de-vidro utilizado pela empresa (hand laid up – com prensagem a mão, sem uso de pistola), método que assegura maior regularidade na moldagem, sem ondulações superficiais e variações de espessura, proporcionando menor peso e melhor controle dimensional das partes. O reconhecimento internacional da marca chegaria já na década de 90, quando o Spyder 550 foi apontado pela revista alemã auto motor und sport e pela norte-americana Road & Track como a melhor réplica da categoria, no mundo.

Em 1988 foi lançado o Super 90 cabriolet, réplica do Porsche 356 C, de 1964, cujos moldes e gabaritos de fabricação haviam sido naquele ano adquiridos da CBP (trava-se do mesmo elogiado automóvel lançado e produzido anos antes pela Envemo). O Super 90 acompanhava o Spyder em todas as características técnicas: carroceria de fibra, chassi tubular, órgãos mecânicos VW, motor boxer 1600 0 km com 54 cv (mais tarde 65 cv), freios a disco à frente. Diferentemente do Spyder, porém, o motor era montado na traseira e o carro dispunha de vidros laterais e capota conversível. Menos de 30 unidades seriam fabricadas até 1995, quando a produção foi suspensa.

Em 1993 a Chamonix já exportava para diversos países europeus, inclusive para a Alemanha, embora 70% das vendas estivessem concentradas no Japão. Naquele ano foi apresentado mais um modelo, o Speedster, também este produzido sob licença da Beck Developement, empresa de Chuck Beck na Califórnia. Inspirado num modelo Porsche esportivo derivado do 356, lançado em 1952, o Speedster trazia a mesma mecânica do Super 90.

Em 1995 a Chamonix colocou em linha seu projeto mais complexo – o Spyder 550 S. Tratava-se do mesmo Spyder 550, porém com mecânica totalmente nova: motor (central) VW AP de dois litros refrigerado a água com injeção multiponto e 125 cv (do Santana), caixa de cinco marchas, suspensão traseira De Dion (braços longitudinais oscilantes e molas helicoidais) e freios a disco nas quatro rodas, sem assistência. Com esta configuração o carrinho de 680 kg transformou-se num pequeno bólido, alcançando (segundo o fabricante) 230 km/h e acelerando de 0 a 100 em apenas 6,5 segundos. Externamente, dois detalhes diferenciam o 550 S do 550: a grade dianteira para arrefecimento do radiador de água e os dois santantônios semicirculares cromados montados atrás dos assentos.

Foto: André Lessa/Estadão

Em 1999 a empresa preparou uma versão de competição para o Speedster, com a mesma mecânica do modelo “de rua”, porém com a carroceria totalmente desprovida de adornos, para-choque tubulares, portas fixas, estreito para-brisa de acrílico, santantônio carenado para o piloto, faróis e espaço do carona cobertos com fibra, capô fixado com correias de couro e duplas lanternas traseiras. Era objetivo da Chamonix criar uma categoria específica para o modelo, a 365 Cup, o que não ocorreu.

A partir de 2001, por algum tempo o fabricante ofereceu, como opção ao motor 1600 dos modelos Speedster e Spyder, uma unidade boxer com 1,9 litros, dois carburadores Weber, injeção multiponto e 115 cv. Uma pequena série especial do 550 S foi colocada à venda em 2008, com a mecânica de série (desde 2007 motor AP 1.8 bicombustível do Gol, com 103 cv a gasolina ou 106 a álcool) porém com a carroceria pintada na cor laranja e rodas e detalhes metálicos em cinza grafite. Em paralelo à construção de réplicas a Chamonix também prestava serviços para terceiros: produziu protótipos para a Autolatina, construiu para a Fiat um Dobló na versão rali e participou do desenvolvimento do esportivo Lobini, para o qual fabricou moldes, gabaritos e as primeiras carrocerias.

Operando ininterruptamente por mais de 20 anos, com cerca de 1.500 unidades entregues, uma linha de produtos de alta qualidade técnica e acabamento primoroso e excelente receptividade no exterior, a Chamonix vinha se revelando a iniciativa empresarial brasileira mais bem sucedida de qualquer tempo no segmento de fabricação de réplicas. Em setembro de 2010, porém, fortemente afetada pela persistente crise econômica mundial que, partindo dos EUA chegou ao Japão, exatamente seus dois principais mercados, a empresa foi levada a interromper a produção.

No ano seguinte a marca, os projetos e o ferramental da Chamonix foram negociados com a empresa A+ Auto. A produção, transferida para São Paulo (SP), foi retomada em julho, sob a direção técnica de Newton Masteguin e com uma parcela de trabalhadores oriundos da antiga fábrica de Jarinu. São três os modelos agora fabricados: Spyder S (com as mesmas características técnicas de antes), Speedster 356 (motor boxer 1600 de 65 cv e câmbio de 4 marchas) e Roadster 356 (motor AP 2.0 de 125 cv e cinco marchas), os dois últimos trazendo a mesma carroceria do Speedster de 1993. Comercializados com a marca Chamonix New Generation, os carros são hoje fornecidos apenas sob encomenda.

Por: Mundofixa.com (Fontes: CHAMONIX, Wikipedia e Jornal do Carro)

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