10 carros produzidos no Brasil que são vendidos bem mais barato em outros países

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Desde que a primeira montadora se instalou no país em 1956, a paixão dos brasileiros pelos carros tem sido quase unânime. Para a maioria da população, o carro próprio virou um sinônimo de conforto e status em um país tão acostumado à má qualidade do transporte público. Para os governantes, um indicativo de progresso. Seja nos anos 50 ou nos anos 2000, para nossos políticos, incentivar a indústria automobilística é incentivar o Brasil.

A lógica parece fazer sentido. Você facilita a compra de um automóvel e logo em seguida faz girar a engrenagem da economia. Aumenta a demanda por peças e manutenção (um mercado que sozinho responde por R$ 100 bilhões anualmente), bens e serviços como combustíveis e seguros, e tudo mais que um carro precise para continuar rodando. Se no papel as coisas se encaixam com perfeição, na prática estes incentivos têm quase sempre um mesmo destino: endividam as famílias e criam bolhas de consumo.

Ao contrário da maioria dos países que adotaram práticas protecionistas, nosso intuito nunca foi desenvolver uma montadora nacional, mas sim um parque industrial em solo brasileiro, independente do custo. A competição e o incentivo à inovação, características da política sul-coreana para o setor, jamais fizeram parte da pauta de discussão de nossos planos estratégicos.

Convidamos para a festa montadoras americanas, europeias e asiáticas e fechamos a saída para a população. Encurralados, sem conseguir importar ou encontrar uma alternativa viável, os brasileiros se acostumaram a pagar por uma margem de lucro estimada em 10% do valor de cada veículo (contra 2% nos Estados Unidos e 5% no resto do mundo). Em troca, as montadoras fingem não se importar com os impostos em 32% do valor final de cada veículo, contra 16% da média mundial.

Neste jogo de compadrio entre grandes empresas e governantes, nossas carroças tornaram-se famosas pelo preço elevado e qualidade duvidosa. Para a revista americana Forbes, apenas rodas folheadas a ouro justificariam o preço que o brasileiro se acostumou a pagar em determinados carros.

Se para nosso ministro das relações exteriores este papo de que o Brasil é um país fechado é puro folclore, para os brasileiros que pretendem comprar o carro próprio trata-se de um conto de terror, dos mais realistas. Ao comprar um veículo de fora, pagamos Imposto de Importação (II), ICMS, IRPJ, IPI, IOF, Cide, PIS/Cofins e todos os impostos indiretos. O resultado são carros até 92% mais caros que em outro país logo ali acima, o México.

Construímos um muro e fizemos os brasileiros pagarem por ele. Hoje em dia, nem mesmo Cuba, que em teoria ainda sofre um bloqueio econômico, pratica tão pouco comércio internacional como o Brasil.

Se você acha isso ruim, é por que ainda não viu sequer metade da história. Graças a incentivos fiscais concedidos pelo governo com o seu dinheiro, exportar carros produzidos aqui se tornou uma opção viável para boa parte das montadoras, que agora podem oferecer carros mais baratos aos mexicanos, argentinos, etc. Abaixo, listamos alguns exemplos de como esta generosidade se transforma em carros melhores e mais baratos para o resto do mundo.

1) Fiat Grand Siena – R$ 39.860 no México (ou R$ 54.959 no Brasil)

Foto reprodução

Foi em 1973 que a montadora italiana Fiat decidiu desembarcar no Brasil. Em pleno milagre econômico brasileiro, a empresa montou por aqui aquela que se tornaria a segunda maior fábrica de automóveis do mundo, em Betim, Minas Gerais. São 950 mil veículos por ano, que colaboram para fazer da FIAT uma das três maiores marcas em vendas no país.

Parte da produção, porém, não fica por aqui. México, Peru, Chile, Colômbia e outros países na região são o destino do que pode chegar a 30% da produção da empresa no país.

2) Chevrolet Onix – R$ 38,5 mil na Argentina (ou R$ 47,65 mil no Brasil)

Foto reprodução

Fabricado pela General Motors em sua fábrica no Rio Grande do Sul, o modelo Onix é parte de uma expansão da empresa em sua linha de produção. Desde que inaugurou sua fábrica no município de Gravataí em 1997, a empresa já produziu 3 milhões de unidades no local, e tornou a fábrica uma das mais modernas do mundo, com capacidade de 200 mil veículos por ano.

Apesar de serem fabricados aqui, os veículos também são exportados e, ao cruzar a fronteira com o país vizinho, passam a pagar um preço de 195.900 pesos argentinos, ou R$ 38,5 mil.

3) Toyota Etios – R$ 46 mil na Argentina (ou R$ 52.295 no Brasil)

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Fabricado no interior paulista pela montadora japonesa, o modelo Etios é parte de uma linha que demandou investimentos de R$ 1 bilhão.

Na mesma Argentina, a Toyota produz um modelo bastante conhecido no Brasil, a Hilux, que por lá custa cerca de 330 mil pesos (R$ 65,25 mil), contra R$ 118 mil no Brasil.

As fortes variações cambiais no país vizinho, porém, impedem comparações mais precisas.

4) Honda Civic – R$ 62 mil na Argentina (ou R$ 99 mil no Brasil)

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262 mil pesos argentinos é o preço pago por cada dono do modelo Civic fabricado pela montadora japonesa em sua fábrica de Sumaré, no interior de São Paulo. Em 2017, o carro completa 20 anos de sua primeira fabricação no Brasil.

5) Ford Ecosport – R$ 61,84 mil no Chile (ou R$ 76,5 mil no Brasil)

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Disputada com o Rio Grande do Sul ainda no final dos anos 90, a fábrica da Ford na Bahia demandou inúmeros incentivos de cunho fiscal e logístico por parte do estado. No entanto, os anos sem pagar ICMS para compensar o investimento não fizeram diferença na hora de garantir o preço do automóvel no Brasil. Por aqui, o carro custa 20% mais do que no Chile, onde figura entre os mais vendidos da empresa e é vendido por $ 10.74 milhões de pesos chilenos.

6) Toyota Corolla – R$ 49,0 mil no México (ou R$ 92,74 mil no Brasil)

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Fabricado em Sorocaba, o Toyota Corolla pode ser considerado um carro comum em países como os Estados Unidos. Por aqui, porém, o veículo faz parte da linha inicial da montadora japonesa para os clientes de classe média alta. No México, para onde a empresa exporta algumas milhares de unidades por ano, o preço chega a ser 40% menor.

7) BMW X1 – R$ 104 mil nos Estados Unidos (ou R$ 166,950 no Brasil)

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Construída inicialmente para atender o mercado brasileiro, a fábrica da montadora alemã em Santa Catarina sentiu os efeitos da crise. A consequência imediata foi a destinação de cerca de 10 mil das 11 mil unidades do modelo X1 para o mercado americano. Por lá, os veículos custam em torno de US$ 33,1 mil.

8) Renault Sandero – R$ 32,14 mil na Colômbia (ou R$ 41.996 no Brasil)

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Fabricado em São José dos Pinhais, no interior do Paraná, o modelo da montadora francesa possui mercado em toda a América Latina. De Paranaguá, os veículos são exportados para mais de 8 países na região.

9) Nissan Versa – R$ 25.386 no México (ou R$ 44.311 no Brasil)

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Construída no Rio de Janeiro, a nova fábrica da montadora japonesa Nissan, foi uma das maiores beneficiárias dos incentivos fiscais concedidos ainda no governo de Sérgio Cabral.

Além de atender o mercado nacional, a companhia prevê exportar parte da produção, escapando assim dos efeitos mais imediatos da crise no país.

10) Volkswagen Crossfox – R$ 43.700 no México (ou R$ 60.900 no Brasil)

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Fabricado no interior do Paraná, o modelo da montadora alemã entrou recentemente no acordo de exportação realizado entre Brasil e México. O resultado é que agora mexicanos podem comprar com até 30% de desconto os veículos produzidos no Brasil.

Fonte: SpotNiks

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