10 versões raras e pouco conhecidas de carros nacionais

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Ao longo das últimas décadas dezenas de carros espetaculares fizeram história no país. Para selecionar os carros nacionais mais raros que já existiram, levamos em consideração uma série de fatores como o volume de produção, a “sobrevivência” da versão ao longo dos anos e, claro, o número de votos dos leitores. Desta vez não incluímos as modificações e versões de concessionárias, nem cores e equipamentos específicos — como os Chevrolet “Rosa Pantera”, ou o Fiat Uno Turbo Amarelo Modena, ou ainda o Chevette quatro-portas com câmbio automático. Apenas  as versões oficiais de fábrica entraram na apuração final. Confira agora:

Chevette País Tropical

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Lançada em 1976 ela foi a primeira série especial do Chevette. Não era abençoado por deus, mas até era bonito por natureza: oferecido em duas cores — marrom e bege — ele tinha um certo apelo esportivo, porém com visual mais discreto que o do GP. As  rodas eram mais largas, com 6,5 polegadas de tala, e janelas de ventilação circulares como as do GP, que também cedeu os retrovisores com formato cônico. Por fora ele ainda tinha uma faixa dupla fina na altura do vinco inferior da lateral, onde o GP tinha sua larga faixa preta.

Por dentro, ele vinha equipado de série com um toca-fitas FM estéreo da Sharp, um requinte comparável ao sistema MyLink oferecido no Onix atualmente. Não se sabe exatamente quantas unidades foram produzidas ou vendidas, muito menos quantas sobreviveram a esses quase 40 anos sem modificações — o que torna ainda mais difícil a identificação de um desses modelos. Assim, ele se tornou tão raro que nem mesmo uma foto recente dele conseguimos encontrar para ilustrar este post.

Mais tarde, em 2003 a Chevrolet voltou a criar uma edição especial com o nome do piloto, mas desta vez usou o Celta 1.0 equipado com saias laterais e dianteira, rodas de liga leve de 13 polegadas e a mesma pintura amarela e o logotipo Piquet. O Celta é ainda mais raro: foram apenas 30 unidades feitas para um sorteio da marca de palha de aço Assolan.

Fusca com teto solar

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No final de 1960 a Volkswagen lançou no Brasil uma versão do Fusca equipada com teto-solar metálico, acionado por manivela. O modelo tinha tudo para ser um sucesso se não fosse o apelido maldoso que lhe deram: cornowagen. Dizem que o apelido foi invenção de um executivo da Ford — que curiosamente seria a responsável pela volta do teto solar nos carros nacionais produzidos em série com o Del Rey em 1983 e com o Escort em 1984. Com o apelido, o carro teria virado um verdadeiro mico e rejeitado pelos proprietários inseguros sobre si mesmo.

Com o tempo, muitos destes Fusca acabaram tendo o teto solar fechado com solda de chapas e substituição da forração do teto. A Volkswagen não tem um número exato de carros produzidos entre seu lançamento, no fim de 1965  e o fim de sua produção em 1966. Os poucos originais que restaram são raríssimos e bastante valiosos.

Willys Itamaraty Executivo

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Quando a Ford lançou o Galaxie no Brasil o presidente da Willys, William Max Pearce, decidiu criar uma versão limusine do Itamaraty para ofuscar o lançamento do sedã da Ford. Eles eram baseados no Willys Itamaraty — o modelo mais luxoso da marca — que tinha seu entre-eixos alongado para 3,54 m (o comprimento de um Ford Ka de prmeira geração) e era feito artesanalmente três versões: Presidencial, Especial e Standard.

O primeiro, como sugere seu nome, foi cedido à presidência da república e tinha equipamentos especiais como transmissor de rádio, hastes para bandeira, televisão, velocímetro na cabine de passageiros e brasões da república nas colunas. A versão Especial tinha bancos traseiros individuais e um console central com barbeador e gravador. Todos os modelos eram equipados com motor seis-em-linha de três litros e 134 cv, toca-fitas, ar-condicionado e apoio para os pés e custavam uma pequena fortuna. Em 1969 a Ford comprou a Willys Overland do Brasil e ordenou que o Executivo fosse tirado de linha. Em dois anos de produção foram fabricados apenas 27 unidades da limusine, e apenas 21 sobreviveram a essas cinco décadas.

Chevrolet Monza Hi Tech

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Em 1993 a Chevrolet lançou uma série especial do Monza recheada com uma série de tecnologias pouco comuns para a época. Seu nome era Monza Hi Tech, e ele justificava esse apelido que hoje soa absurdamente datado com freios a disco nas quatro rodas e ABS, computador de bordo, painel digital e injeção eletrônica no motor 2.0.

Logicamente o preço também era “hi”, assim como seus compradores. Foram feitas apenas 500 unidades do modelo, que é um dos mais raros da linha. Mais até que o 500 EF, ou o Barcelona e o Club, citados pelos leitores.

Ford Escort XR3 75 Special Edition

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Em 1994, para comemorar seus 75 anos de operação no Brasil, a Ford criou uma versão especial do Escort XR3 conversível batizada “75 Special Edition”. Mecanicamente era idêntico a todos os outros XR3 de sua geração, mas era diferenciado pela pintura em dois tons — preto na parte superior e champanhe na parte inferior.

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Por dentro ele tinha luxos como CD player com equalizador digital e módulo amplificador, bancos Recaro, retrovisores e capota elétrica e regulagem e altura do banco do motorista e o volante. Foram feitas apenas 175 unidades, uma para cada concessionária da Ford na época. Fotos: Reginaldo De Campinas

Chevrolet Diplomata Collector

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Depois de uma história de 24 anos no Brasil, o Opala se despediu do mercado nacional com uma série especial de apenas 100 unidades batizada “Collector”. Ele era um Diplomata SE com alguns detalhes especiais e acompanhado de alguns mimos aos 100 colecionadores que arremataram os carros da série especial.

Esses mimos eram uma pasta de couro legítimo com uma carta de apresentação do modelo, uma fita de vídeo e uma revista com a história do Opala, e um relógio e uma caneta com a inscrição “Collector” em dourado. O carro recebia os logotipos “Diplomata SE” na lateral em dourado e o emblema “Collector” em dourado no volante. Todos eles vinham equipados com o motor 4.1 e câmbio automático, e podiam ser comprados nas cores preto, azul e vermelho.

Ford Escort XR3 Fórmula

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O XR3 Fórmula foi uma série especial limitada do esportivo da Ford que vinha equipado com controle eletrônico de amortecedores — que passaram a ser oferecidos como pacote opcional em todos os XR3 em 1992.

Esteticamente ele se diferenciava dos demais XR3 por duas faixas laterais em vermelho e laranja e pelas rodas de liga leve com acabamento usinado, sem pintura sobre o alumínio. Ele podia ser comprado em apenas duas cores: Vermelho Munique e Azul Denver, ambos limitados a 377 unidades cada, que totalizam 754 XR3 Fórmula produzidos.

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Considerando que boa parte deles teve os amortecedores originais substituídos por peças convencionais e os adesivos removidos/perdidos, esta é uma das versões mais raras da Ford em suas especificações originais.

Volkswagen Karmann Ghia Conversível

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O Karmann-Ghia nunca foi um carro muito popular no Brasil — especialmente se você comparar seus números de vendas com os demais Volkswagen. Entre 1962 e 1972 foram vendidos 23.577 exemplares, mas somente 177 eram conversíveis originais de fábrica e isso foi há 42 anos.

A conversão do Karmann-Ghia foi uma modificação relativamente comum antes de ele se tornar um clássico raro e desejado e por isso eles os modelos conversíveis mais comuns encontrados à venda. Há também os modelos importados originais, mas a única forma de identificar um legítimo Karmann-Ghia Conversível nacional original é pela numeração do chassi. E se você decidir procurar um desses, saiba que em 2007 eles já esbarravam nos R$ 100.000 em bom estado de conservação.

Volkswagen Kombi 6 portas

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Em 1961 a Volkswagen produziu uma versão da Kombi exclusiva para o Brasil: a Kombi seis portas. A versão foi criada com foco no transporte de passageiros, algo cada vez mais comum com o crescimento das cidades e o aumento do número de táxis e lotações. Embora facilitasse o embarque de passageiros por ter uma porta individual para cada fileira de bancos e nos dois lados da carroceria, as portas dificultavam o uso da Kombi como veículo de carga.

Mesmo assim, o modelo continuou em produção até o fim dos anos 1970, já com a nova frente, a chamada “Clipper”. Estes últimos modelos são ainda mais raros — tão raros que muita gente nem sabe que eles existiram. Fotos: FuscaClassic.com.br

Ford Belina 4×4

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Nos anos 1980 a Ford já não tinha mais um veículo 4×4 para oferecer aos clientes do Jeep Willys/Ford e decidiu trabalhar em uma versão “off-road” da picape Pampa e da perua Belina, com direito a marcha reduzida e roda livre. O problema é que, diferentemente dos modelos AWD consagrados, o sistema 4×4 não tinha diferencial central para compensar a diferença de velocidade dos eixos em curvas e o diferencial traseiro acabava quebrando.

Com a confiança do público abalada pela baixa confiabilidade do sistema — que só deveria ser acionado em linha reta, sobre pisos de baixa aderência e a até 60 km/h — a Ford tirou a Belina 4×4 de linha em 1987, apenas dois anos depois de seu lançamento. Tanto a Pampa quanto a Belina são raras, mas nos dois anos de vendas, a perua não chegou às 600 unidades vendidas. Por isso hoje é relativamente fácil encontrar uma Pampa 4×4, mas não uma Belina 4×4.

Fonte: FlatOut

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