7 carros bons e confiáveis que não deveriam ter saído de linha

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Estes são exemplos de bons modelos que não fizeram sucessores

Qualquer que seja a matéria relacionada ao mundo automotivo, os comentários dos leitores são acalorados na maior parte das vezes, tamanha a paixão que temos pelos carros.

Alguns defendem uma marca como se fosse sua. Criticam decisões de mercado, design e precificação como se estivessem participando das reuniões que definem esses pontos.

Também é comum medir o sucesso de um modelo através do número de vendas. Mas carro que vende bastante é sucesso e carro que vende pouco é fracasso? Nem sempre é assim.

Na realidade, somente o fabricante pode definir isso. Nesta semana a Chevrolet repercutiu rumores de que poderia sair do Brasil caso continue sem lucro. Vejam que quem disse isso foi a líder do mercado dos últimos 3 anos. Ou seja, não é porque está vendendo bem que há sucesso nas operações.

Do outro lado da tabela de vendas, temos empresas como a Porsche, que obviamente tem participação pequena em nosso mercado, mas tem comemorado ano após ano o crescimento de sua operação no Brasil.

Quando falamos em modelos que deixaram de ser produzidos, é inevitável justificarmos que saíram de linha porque não vendiam bem. Mas nem sempre o carro era ruim. E nem sempre sabemos ao certo os motivos de um fabricante parar a produção de um modelo, mas está claro que isso não está ligado somente ao número de carros vendidos. A decisão de tirar um modelo de linha pode ser por diversos motivos.

Deixando de lado esses motivos e pensando apenas como consumidor, listei alguns carros que lamentavelmente saíram de linha sem nem sequer fazer um sucessor. São casos que fazem falta e deixaram lacuna em nosso mercado.

1. Renault Fluence
Esse é, na minha opinião, um dos carros mais injustiçados do nosso mercado. Bonito, confortável, bem equipado e seguro, o Fluence sofreu por aqui e nunca emplacou. No mercado de usados, ele está cada vez mais barato, reflexo da baixa procura. Se atendeu as expectativas de venda da Renault, não sei dizer, mas posso afirmar que eles tinham um ótimo produto nas mãos que foi mal trabalhado desde o início.

Foto reprodução

O pior de tudo é ver que não existe planos para um sucessor — os estandes da Renault nos últimos Salões do Automóvel deixaram claro que o foco está nos SUVs. Em linha ou não, continuo dizendo para meus clientes que ainda é uma boa opção de compra, justamente por cobrar pouco por tudo que entrega. Só não é uma boa para aqueles que trocam de carro em pouco tempo, pois certamente vão sofrer com a desvalorização sem nem ao menos curti-lo.

2. Nissan Tiida
Já tem bons anos que a Nissan parou de importar o Tiida. O último ano modelo foi o 2013, que vendeu pouco quando novo, mas que hoje vai bem no mercado de usados. Na faixa entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, ele ainda é uma ótima opção de hatch médio espaçoso e bem equipado. O que não faz sentido é entrar numa concessionária da Nissan e não encontrar um substituto — o mais próximo é o Kicks, que até vende bem, mas é inferior em espaço interno e perde feio em desempenho.

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3. Mitsubishi Pajero TR4
Até pouco tempo, muitos me procuravam para comprar um Pajero TR4. Percebo que essa procura tem diminuído, talvez pelo reflexo dos anos que vão se passando desde que o pequeno jipinho da Mitsubishi parou de ser fabricado. Os críticos insistem em dizer que o carro é ruim por ser apertado, gastar muito combustível e ter baixo desempenho, mas isso só serve para quem usa o carro de forma errada.

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Ele é um jipe de verdade, com boas aptidões fora-de-estrada, e nesse ponto ele se destaca e atende a necessidade de muitos que precisam desse tipo de automóvel. Para mim, não faz o menor sentido a Mitsubishi não ter um sucessor . O ASX não consegue fazer esse papel, pois está mais para um veículo urbano do que para um fora-de-estrada.

4. Toyota Corolla Fielder
Disputada a tapa no mercado de usados, a última perua vendida pela Toyota no Brasil deixou a linha de montagem há mais de 10 anos. A versão mais completa do último ano aparece nos classificados com preços acima dos R$ 30 mil, valor que nenhuma outra concorrente consegue sustentar. Nossa Fielder foi um Frankestein, pois usava o corpo da perua vendida na Europa com a frente vendida nos Estados Unidos.

Nas gerações seguintes, pós 2009, essa adaptação não seria mais possível, pois o Corolla americano passou a ser mais largo. Deixando as questões técnicas de lado, creio que uma Fielder 100% nacional poderia ser feita, caso essa fosse a vontade da Toyota. Não faltam casos de adaptações bem-sucedidas no nosso mercado. Fato é que ela saiu de linha e não fez sucessora.

Imagem: Murilo Góes/UOL

5. Fiat Idea
Ainda hoje vejo o Fiat Idea como um carro muito bem projetado. Se por fora não é muito maior que um Palio, por dentro tem excelente aproveitamento de espaço interno, tanto para os ocupantes como para bagagens. Foi um carro perfeito para famílias onde os filhos já são grandes. Todos viajam com conforto.

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Mas quis o destino que as vendas fossem minguando com o passar dos anos, com baixo interesse do público em querer comprar e baixo interesse do fabricante em querer fazer melhorias. Imagino um Idea com o excelente motor 1.3 FireFly e o câmbio automático de 6 marchas do Argo. Continuaria sendo um ótimo carro familiar.

6. Volkswagen SpaceFox
As tradicionais peruas estão sendo deixados de lado pelos brasileiros. Dos grandes fabricantes, a Volks até que insistiu, tendo por um bom tempo três tamanhos de peruas em seu catálogo. Aos poucos, nenhuma delas estará disponível, já que não faz sentido mantê-las em linha.

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A mais recente aposentadoria é da SpaceFox, uma das últimas peruas pequenas do nosso mercado. Essa categoria, que já estampou capas de revistas com testes comparativos, vai ter apenas a quase esquecida Fiat Weekend como opção, sabe se lá até quando.

7. Citroën DS3
Um dos carros mais legais que foram vendidos por aqui nos últimos anos, o DS3 veio importado como uma opção de nicho e obviamente vendeu pouco. Além do belo design, esse pequeno Citroën foi oferecido numa configuração inusitada para os dias atuais: carroceria de duas portas, motor turbo de 165 cv e câmbio manual de 6 marchas. Deixou de ser importado, assim como toda a linha DS, mas creio que será um futuro clássico no mercado de usados, justamente por conta dessas características únicas.

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Se o leitor lembrar de mais algum bom carro que jamais deveria ter saído de linha, pode deixar nos comentários.

Fonte: Felipe Carvalho/Uol Carros

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