Desde que chegou ao Brasil em 2010, o Chevrolet Camaro sofreu com preconceito por parte de alguns entusiastas. Uma música ruim que estava na moda e uma franquia de filmes de ação colocaram o muscle car em evidência – e acabaram fazendo com que ele adquirisse a reputação de um carro para “posers”, que não são entusiastas de verdade. O que é uma pena, porque a mais recente geração do Camaro é um belo carro.
Agora, você não precisa comprar um transformer amarelo para sair por aí de Camaro. Há outras gerações (afinal, o Camaro já está por aí desde 1967) e modelos que ainda não são tão valorizados que podem ser carros bem interessantes. Como o Camaro de terceira geração, que pode não ser o mais popular mas tem seus admiradores fiéis e é uma alternativa bem legal aos inflacionados/valorizados modelos dos anos 1960 e 1970. Se você é um desses admiradores, dê uma olhada neste exemplar que está anunciado no GT40.
A terceira geração do Chevrolet Camaro foi lançada em 1982 e, como consequência da crise do petróleo e dos preços elevados dos combustíveis, assumiu uma nova personalidade: era um carro menor e mais aerodinâmico, abusando das linhas retas e adotando um estilo quase japonês (faltaram só os faróis escamoteáveis, que seu irmão Pontiac Firebird tinha). A ideia era fazer um carro que, mesmo mais fraco, o novo Camaro fosse um carro mais empolgante de guiar nas curvas, além de mais eficiente em consumo de combustível.
Assim, o Camaro lançado em 1982 foi o primeiro a trazer injeção eletrônica, câmbio automático de quatro marchas (em vez de três), câmbio manual de cinco marchas (em vez de quatro), motor de quatro cilindros nas versões de entrada, rodas de 15 e 16 polegadas e tampa traseira do tipo hatchback, que dava acesso ao interior do carro. No total, o Camaro de terceira geração é quase 230 kg mais leve que o anterior.
Dito isto, houve quem não curtisse a mudança – o Camaro tinha de ser grande e ter um motor V8 bem na dianteira. Se possível, câmbio manual. E é exatamente esta a configuração deste Camaro RS 1991, que pertence a Denis Freitas, de São Paulo/SP.
Denis conta que teve seu primeiro contato com o carro em 2013. Um amigo comprou o Camaro em 2013, no Rio de Janeiro, e Denis foi junto. Ele conta que o carro estava bastante judiado, com defeitos no painel de instrumentos e diversas peças desgastadas. O amigo de Denis trocou os freios, embreagem e amortecedores por peças importadas dos EUA, incluindo diversos componentes AC Delco, e começou aos poucos a levantar o carro, refazendo o diferencial e trocando componentes como rolamentos, e pontas de eixo – além de trocar velas e cabos e de mandar diamantar e restaurar as rodas originais, entre outros serviços.
Em março de 2016, depois de acompanhar a evolução do projeto, Denis decidiu comprá-lo e deu continuidade aos serviços de recuperação: trocou pneus, instalou um radiador de ventoinha dupla, trocou todos os flexíveis dos freios, lonas e pastilhas.
A caixa de direção também foi trocada, assim como o sistema de injeção, que foi substituído pela injeção multiponto “Crossfire”, com oito injetores de combustível, utilizada no Chevrolet Camaro de 1986 a 1989 – originalmente, o carro veio equipado com uma injeção monoponto, com TBI de duas válvulas injetorass. Com o sistema de oito bicos, o Camaro entregava cerca de 230 cv, enquanto o outro rendia por volta de 170 cv.
Apesar dos serviços realizados, este Camaro ainda conserva diversas características originais: motor, câmbio (BorgWarner T5) e diferencial matching numbers; o pacote opcional F41, que traz a suspensão mais rígida, as rodas de 16 polegadas e a caixa de direção do pacote F41, iguais às do Camaro Z28; e boa parte da tapeçaria original de fábrica.
Dito isto, também há alguns serviços a fazer: o carro precisa de uma revisão na suspensão dianteira, pois há um rangido em alguma das buchas/pivôs; de um novo sensor MAF, pois uma luz de erro aparece no painel; e alguns reparos no interior, como o forro do teto e a espuma no banco do motorista. Por fim, é preciso levar em conta que o carro originalmente era vermelho e foi pintado de preto quando ainda estava com o dono anterior. A documentação está regularizada, mas o acabamento nos para-choques não ficou muito bom, segundo Denis, e uma repintura seria bem-vinda.
Por conta de todas estas questões, este Camaro de rara configuração está com um preço abaixo do mercado. O dono, contudo, garante que o mesmo está bastante íntegro, alinhado e não apresenta qualquer sinal de corrosão ou problemas estruturais.
Se quiser saber mais detalhes a respeito deste Camaro, é só clicar aqui para acessar o anúncio e pegar os contatos do dono, o carro está a venda por R$ 80 mil reais.
Fonte: FlatOUT