Morador de Campos de Goytacazes, no Rio de Janeiro, Manoel Luiz leva uma vida simples ao lado de sua esposa e filha. No entanto, ele possui uma paixão extraordinária: a Fórmula 1.
Com seus 45 anos de idade, Manoel decidiu finalmente realizar um sonho antigo que começou a ganhar forma. Ele praticamente construiu em sua própria casa, um carro de Fórmula 1. “Essa ideia está comigo desde minha infância, quando eu acompanhava as corridas nos anos 80”, ele conta.
Trabalhando sozinho, com suas próprias mãos e os recursos de um operário brasileiro, que atuava como instrutor de caldeiraria e soldador até ser demitido em meados de julho de 2019, Manoel aproveitou seu tempo livre para acelerar o projeto de construção do carro dos seus sonhos.
Seu desejo de ter seu próprio bólido começou a se tornar realidade em 2016. “Quando decidi que iria construir meu próprio carro, comecei a pesquisar e planejar, um processo que levou três anos no total. Eu fazia esboços à mão. Sempre que a Fórmula 1 anunciava mudanças para o carro do próximo ano, eu voltava ao desenho e modificava tudo, pois queria ter um carro de Fórmula 1 na minha garagem. Cheguei ao desenho final em 2019, já incluindo o Halo e a barbatana de tubarão”, conta ele.
“O que eu digo às pessoas é que meu carro não é uma réplica de nenhum modelo específico, mas sim a união do que vi de melhor em cada carro da Fórmula 1 nos últimos anos”, completa.
Manoel destaca que o chassi é tubular, escolhido por questões de segurança e por sua familiaridade com soldagem e tipos de aço devido à sua profissão na indústria. O motor que equipa o veículo é um AP 1.8 que originalmente pertencia a um Volkswagen Parati, e ele adquiriu com todos os acessórios e documentação.
Manoel dedicou cerca de quatro horas por dia durante a semana e 10 horas nos fins de semana para montar o carro, que foi construído em aço carbono.
Quanto ao custo desse sonho, Manoel estima que tenha investido cerca de R$ 45.000, tanto em componentes do carro quanto em maquinário necessário para a construção. “Acabei montando uma oficina em casa, mas só comprei as ferramentas que eu sabia que seriam necessárias para construir o carro, como previsto no projeto”, pondera ele.
É importante ressaltar que esse valor não inclui o tempo dedicado nem o esforço de Manoel na construção do veículo. Ele também compartilhou que não gosta de ver outras pessoas trabalhando em seu carro: “Você já sentiu a sensação de ver alguém mexendo em algo seu, sem você saber exatamente o que estão fazendo e sem poder dizer nada?”, ele conta, explicando um episódio em que tentaram fazer o motor funcionar, mas uma peça acabou quebrando e impedindo o progresso.