Conheça o brutal Golf GTI W12 de 650 cv e motor traseiro

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Já faz 35 anos que, às margens do lago Wörthersee, na Áustria, acontece o maior festival de fãs da Volkswagen em todo o planeta. O encontro é tão grande que a própria Volks aproveita para apresentar conceitos especialmente para seu público. Há nove anos, um destes carros deixou todo mundo de boca aberta: o Golf GTI W12-650.

Talvez você até já tenha visto ou ouvido falar deste carro, mas a gente nunca contou sua história aqui. Hora de resolver isto!

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Todos sabemos que hot hatches são bacanas porque conseguem empolgar mesmo com tração dianteira e potência relativamente baixa — quer dizer, hoje em dia temos hot hatches de tração integral com quase 400 cv, mas você entendeu nosso ponto. Só que a gente está falando de um carro que, mesmo apresentado em 2007, conseguiu subverter tudo o que a gente acha legal em um hot hatch só para nos impressionar. E deu certo!

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O Golf GTI W12-65o tem este nome porque, bem, seu motor é um W12 de 650 cv. Quer dizer, um “WR12”, pois é formado por dois motores VR6 unidos pelo virabrequim. Este motor foi (e ainda é) usado por vários modelos espalhados pelo Grupo Volkswagen. Quando naturalmente aspirado, costuma entregar entre 420 e 450 cv e ser utilizado em sedãs e SUVs de luxo, como o Audi A8 e os Volkswagen Phaeton e Touareg. Com dois turbocompressores, a coisa fica ainda mais interessante: no Bentley Continental Speed, são 610 cv de pura selvageria.

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Você já deve ter deduzido que a VW pegou o motor do Bentley — ele já tinha os dois turbos, tornando menos trabalhoso atingir a potência de 650 cv, com torque de 76,5 mkgf. A linha vermelha do conta-giros começa em 7.500 rpm.

Naquela época a Volkswagen já tinha a transmissão DSG de dupla embreagem. No entanto, GTI W12 recebeu uma caixa automática de seis marchas Tiptronic — que, na época, era a única capaz de lidar com tanto toque sem que seus componentes internos virassem farelo de metal. Resultado: um conjunto capaz de levar o Golf até os 100 km/h em apenas 3,7 segundos, com máxima declarada em 325 km/h. É muito fôlego.

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Quando um carro é realmente insano, há muito mais coisas interessantes para ver do que o motor. E isto é verdade com o Golf W12, pois diversas adaptações tiveram que ser feitas para que tudo funcionasse. Por exemplo: a plataforma é do Golf de quinta geração, mas os freios dianteiros são da perua Audi RS4, enquanto o eixo traseiro (incluindo a suspensão multilink) e os freios das rodas de trás vieram do Lamborghini Gallardo.

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Visualmente, o que temos é o Golf Mk5 mais extremo já feito: a dianteira recebeu uma gigantesca entrada de ar, os para-lamas foram alargados (ao todo, o carro é 16 cm mais largo que um Golf Mk5 “comum”) e as laterais receberam entradas de ar funcionais à frente das rodas traseiras. O teto é de fibra de carbono e, junto com as colunas C “flutuantes” e com a asa traseira, forma ajuda a direcionar ar frio
para o radiador traseiro, que ganhou duas ventoinhas enormes trabalhando freneticamente para ajudar a arrefecer o motor.

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Tudo isto dito, parece que estamos falando de um carro completamente insano na hora de acelerar… e, bem, ele é mesmo. Mas não por ser muito bem acertado em curvas, e sim por ser muito, muito difícil de controlar. Como é dito neste review da Evo Magazine, além do entre-eixos curto e da quantidade enorme de potência e torque do motor, que não foi exatamente feito para um hot hatch, o câmbio não era o mais indicado para uma condução esportiva — era comum que o carro exigisse trocas de marcha em horas inesperadas, como no meio de uma curva de alta. Também era difícil dominá-lo ao contornar uma tangente — se você acelerasse demais, o subesterço era inevitável. Se tirasse o pé, o Golf W12 perderia a traseira na certa.

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Isto aconteceu porque os engenheiros da Volks não tiveram muito tempo para realizar ajustes finos no carro antes que ele fosse apresentado. Por isto, a suspensão podia ser melhor acertada, bem como os sistemas eletrônicos.

 

Agora, tudo não passou de um conceito — ainda que, dentro da própria VW, havia quem torcesse para que a companhia o transformasse em realidade. Marc Lichte, designer responsável pelo exterior do carro, acreditava existir uma chance de que a alta diretoria da Volks liberasse ao menos uma série especial limitadíssima. Isto nunca aconteceu, como bem sabemos. Faz sentido do ponto de vista prático — seria um investimento altíssimo que certamente não traria retorno. Do ponto de vista entusiasta, é uma pena. (Fonte:Dalmo Hernandes/FlatOut)

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