Quando sites especializados como o Autos Segredos revelou que a Stellantis nomearia sua nova picape monobloco de Rampage, não tínhamos dúvidas de que isso seria realmente o caso. De qualquer forma, é sempre bom ter a confirmação oficial, e ela chegou em 5 de junho. Porém ainda, há apenas algumas informações que ainda não temos sobre ela – incluindo o preço.
A Stellantis lançou um vídeo que explica por que escolheu o nome Rampage para ela. Breno Kamei, vice-presidente da Ram para a América do Sul, menciona que era um nome que a marca já usava, o que não é totalmente verdade. A picape monobloco de 1982 que os clientes americanos e os fãs de picapes lembram era na verdade um Dodge. Ram ainda era o nome de outra picape lançada em outubro de 1980. Só se tornou uma submarca em 2010.
Para o público brasileiro, foi necessário traduzir o significado de Rampage, por isso você pode ver o nome no vídeo e as explicações sobre ele em português. De acordo com os executivos da Stellantis que falam sobre o novo veículo, Rampage é um nome forte, assim como os clientes devem esperar da nova picape monobloco. A Stellantis não deverá ter problemas para convencer o público de que a nova Ram é robusta: a Fiat Toro, construída sobre a mesma plataforma Small Wide 4×4 (SUSW), lidera as vendas no Brasil. Foi após uma fatia desse mercado conquistada pela Toro que a GM criou a nova Montana.
Depois que um protótipo da Rampage foi fotografado em Michigan, surgiram rumores sobre uma possível produção nos EUA. O que as pessoas que começaram a falar sobre isso não perceberam é que o veículo provavelmente estava lá para a equipe de engenharia da Ram nos EUA dar sua aprovação ou até mesmo ajudar no desenvolvimento. Para a produção local fazer sentido, a plataforma SUSW precisaria estar em uma das fábricas dos EUA, mas não está. É por isso que o Renegade e o Compass são importados. Uma picape teria que lidar com a Chicken Tax, então a única chance da Rampage chegar aos clientes americanos seria ser feita por trabalhadores americanos. Os clientes mexicanos devem tê-la.
Como revelou o Autos Segredos, ter a mesma arquitetura não significa que a Rampage é uma derivação da Ram para a Toro. Na verdade, ela está mais relacionada ao Jeep Commander do que à picape da Fiat. As únicas peças comuns que os veículos devem ter são a suspensão, o motor a diesel e os bancos. Mesmo assim, a Rampage terá novas molas e amortecedores para lidar com seu corpo mais pesado. A nova picape Ram é um veículo maior do que a Toro, com mais de 5 metros de comprimento. O Autos Segredos também espera que ela tenha uma largura de 1,85 metro e uma altura de 1,80 metro. Considerando o quanto eles acertam as coisas, eu apostaria nisso sem hesitação.
As primeiras imagens divulgadas pela Stellantis mostram a Rampage em sua versão Rebel. É natural que os primeiros veículos a aparecer sejam as variantes totalmente equipadas: são essas que vão atrair os clientes para as concessionárias. Se o preço for muito alto, eles podem preferir a Laramie (com uma grade dianteira cromada) ou até mesmo a Big Horn (a versão mais acessível, com uma grade dianteira preta).
O Projeto 291 será uma picape com tração nas quatro rodas e duas opções de motor, ambas turbinadas. O motor a gasolina GME de 2 litros entregará 260 hp (191 kW) e 288 libras-pé (390 Nm) de torque. Em 2024, ele deverá ser substituído por um motor de 2,4 litros que queima etanol ou gasolina em qualquer proporção. O motor a diesel também é um 2 litros que produz 168 hp (125 kW) e 280 lb-ft (380 Nm) de torque. A transmissão será sempre uma unidade automática de 9 velocidades.
A pickup Rampage se parecerá com uma versão menor da Ram 1500, razão pela qual os primeiros rumores sobre seu nome sugeriam que seria chamada de 1200. A Fiat Strada é rebatizada e vendida em outros mercados da América do Sul como Ram 700, o que tornaria o nome 1200 bastante coerente com os demais produtos da marca. O novo nome não deverá ser um problema para suas vendas, especialmente no Brasil.
As picapes têm se tornado cada vez mais populares nesse país, e a Ram está indo tão bem que decidiu que precisava de um produto local. O público responsável por esse aumento repentino é composto principalmente por empreendedores do agronegócio. Em menor escala, também há aqueles que amam atividades ao ar livre, mas eles estão longe de ser todos aqueles que estão se saindo bem com cultivos e gado.