Um sentimento profundo de arrependimento tomou conta do homem que roubou o carro da comerciante Pâmela Ortolon, em Canoas, no Rio Grande do Sul.O assalto aconteceu enquanto Pâmela estacionava o carro, onde levava o filho, perto da casa de uma amiga, quando foi abordada pelo rapaz, que exigiu o veículo.
“Ele mostrou a arma na cintura, e fez um barulho com ela, como se estivesse engatilhada. Era um revolver cromado. Percebi que não estava nervoso, e isso nos deixou calmos. Ele disse para mandar meu filho, que estava ao lado do motorista descer. Ainda puxei minha bolsa de dentro do carro antes de ele sair”, contou Pâmela ao Jornal NH.
Eles correram até um estabelecimento próximo de onde conseguiram telefonar para os familiares. De lá, Pâmela e o filho foram à Central de Polícia registrar o ocorrido. Fora a mochila do menino, nada mais foi levado no carro nem tirado.
No dia seguinte ao ocorrido, Pâmela recebeu um telefonema da escola do filho dizendo que o ladrão havia deixado a mochila do menino perto da escola. A chave do carro estava dentro da mochila, e, num dos cadernos, o bilhete em que o assaltante se declarava arrependido.
“Foi uma surpresa, uma boa surpresa. Além de recuperar o carro, de certa forma fico feliz por ele. Disse que está desempregado, mas que não serve para ser ladrão. Ia ficar com a mochila para dar ao filho, mas desistiu também. Deve ter sido um momento de desespero”, conta Pâmela.
Leia a carta na íntegra:
“Moça, desculpa ter roubado teu carro, me arrependi. Abandonei ele na Rua Primeiro de maio, não tirei nada dele. Só a mochila que eu ia dar para o meu filho, mas me arrependi e vou abandonar ela perto do La Salle. Desculpa. Também sou vítima da sociedade, mas não sirvo para ladrão. A arma era de brinquedo. Que o susto sirva de exemplo para todos nós. Para mim também não foi fácil. Vou continuar procurando emprego. Nunca deixe a chave na ignição. Você é muito linda e desculpe pelo que fiz você passar. Obs.: a bolsa eu deixei você levar na hora.”