À primeira vista, parece um antigo Voyage brasileiro. Mas quando se presta atenção nos detalhes, percebe-se que o carro do aposentado Antonio Fernandes Quintas é uma raridade, um legítimo Fox GL, modelo desenvolvido pela Volkswagen para exportação aos EUA e Canadá no final dos anos 80.
E detalhe a ser observado é o que não falta neste belo exemplar azul 1987/1988.
Por fora, notam-se as diferenças nos faróis recuados, nos para-choques com piscas embutidos, nas luzes nos para-lamas traseiros e nos apara-barros (ou “apara-neves?”) com o logotipo Volkswagen, entre outros itens.
No interior, destacam-se o painel satélite com inscrições em inglês, o velocímetro com marcações em milhas e a forração de ótima qualidade, em couro.
O conforto também é garantido pelo ar-condicionado. Os cintos de segurança e o estepe fino são alemães.
O exemplar de Quintas não tem direção hidráulica e o motor 1.8 a gasolina (81 cv e 12,8 m.kgf) possui carburador, o que foge à regra dos exemplares exportados para o mercado norte-americano – já nos anos 80, o Fox saíu de fábrica com sistema de injeção eletrônica. “Talvez pelo fato de ter sido vendido no Brasil esse carro saiu com carburador”, diz Quintas. O manual do proprietário é todo em inglês.
O aposentado desconhece o histórico do carro que comprou há quatro anos e que rodou pouco mais de 60 mil milhas (cerca de 100 mil km). Mas curte sua raridade.
Os Fox sedã (Voyage) e Fox station (Parati) para exportação que ainda rodam por aqui foram adquiridos à época por executivos da Volkswagen.
O Projeto 99, código da fábrica para esses modelos, começou a ser desenvolvido pela Volkswagen em 1982. A exportação começou em 1987 e foi vendido ao Canadá até 1992 e aos EUA, até 1993. O Iraque também recebeu o carro.
Nos cinco anos de desenvolvimento, o carro foi adequado às rígidas exigências de qualidade, conforto, segurança e emissão de poluentes norte-americanas. Em relação ao Voyage brasileiro, o Fox exportação tem mais de 2 mil modificações.
Calcula-se que, em seis anos de exportações, 200 mil unidades do Fox e da Parati foram enviadas a esses mercados.
ROBERTO BASCCHERA/Placa Amarela