Quanto custa? Conheça o impecável Opala SS6 1973 mais caro do Brasil

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O Chevrolet Opala SS6 é considerado o clássico brasileiro mais colecionável por muitos fãs de antigos. Se você quiser um carro no estado perfeito, os preços tendem a ser ainda mais elevados. Encontramos um Opala SS6 1973 que exemplifica bem isso. O belíssimo cupê estava à venda por R$ 230 mil pela Pastore Car Collection, no Rio Grande do Sul. Você acha que está muito caro? Fique sabendo que o modelo já foi vendido! O cupê ficou 30 dias anunciado.

CHEVROLET OPALA SS 1973 ESTÁ EM ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE 0KM (FOTO: REPRODUÇÃO)

“Comprei esse carro de um colecionador de Passo Fundo (RS) faz três anos. O carro estava bem ruim, então levei ele para restaurar lá no Studio Phoenix, de Curitiba. O Eduardo, do site meuopala.com.br, foi a pessoa que me forneceu as peças originais para a restauração”, diz Adriano Martins, dono do belo exemplar.

O CÓDIGO DA TINTA AJUDOU A CHEGAR NO TOM AMARELO ONIX ORIGINAL (FOTO: REPRODUÇÃO)

Na mesma época, começou a restauração completa: a carroceria foi raspada até o metal, enquanto a pintura Amarelo Orion foi feita sob encomenda. “Pesquisei o número código da tinta em catálogos antigos e fiz o acerto até chegar ao tom correto”, detalha Adriano. A montagem final e a instalação da mecânica foram feitas em Passo Fundo.

Um projeto de R$ 220 mil

Um trabalho que levou três anos e chegou a um custo total não longe do pedido pelo cupê. “Eu já paguei bem no carro, por ser muito raro. Desse tipo, devem ter uns 30 no Brasil todo. E fui atrás das peças e detalhes originais. Para o carro ficar nesse estado, gastei cerca de R$ 220 mil”, garante Adriano.

Embora seja um valor elevado, o Opala tem motivos para justificar essa pretensão. Ele é um dos raros SS feitos com o visual original do Chevrolet, muito mais parecido com o Nova norte-americano do que com o Impala.

OS QUATRO VIDROS PODEM SER BAIXADOS NO OPALA CUPÊ (FOTO: REPRODUÇÃO)

Lançado em 1972, o belo estilo cupê também conta pontos. O quatro portas durou pouco e consegue ser ainda mais exótico, mas somente o duas portas oferece a possibilidade de rodar com os quatro vidros verdes recolhidos e sem a coluna central para atrapalhar.

O INTERIOR TEM TODOS OS DETALHES ORIGINAIS (FOTO: REPRODUÇÃO)

As rodas aro 14 são calçadas com pneus BFGoodrich A/T radiais com inscrições brancas nas bandas. O conjunto dá um toque de muscle-car, uma inspiração que combina com o visual sessentista.

“Esse Opala seria muito mais barato se tivesse sido feito em uma linha de montagem, com uma escala de produção, mas ele foi produzido como um carro único. Tudo nele foi feito sob medida e sai caro. Se um modelo desse sairia por R$ 120 mil a R$ 130 mil, este SS6 vale muito mais”, explica Marcelo Vinagre, gerente da Pastore.

Detalhes nada pequenos

O RÁDIO CHEVROLET É ORIGINAL, NÃO ESQUEÇA DE GRAVAR SUAS ESTAÇÕES (FOTO: REPRODUÇÃO)

Até os detalhes originais menos visíveis estão no lugar, caso do triângulo de segurança e a chave de roda. Por onde você olha, há um item de série da época. O rádio é o mesmo que saiu da concessionária. E todos os selos estão no lugar, seja o do vidro temperado ou até o com os dados de calibragem dos pneus. Sem falar na imensidão de empleminhas.

OS EMBLEMAS ESTÃO TODOS NO LUGAR, OSTENTAR O SÍMBOLO SS NÃO É BARATO (FOTO: REPRODUÇÃO)

O mesmo cuidado se repete no interior. O volante de três raios é quase capaz de virar em direção ao passado, tamanha a nostalgia. Tudo na maior maciez, graças à direção hidráulica.

A memória olfativa pode ser despertada pelo estofamento de curvim, enquanto a auditiva será estimulada pelo ronco inconfundível do seis cilindros. Uma viagem sem escalas direta à época em que era possível saber se o carrão que estava vindo era um Opala ou Dodge V8 à distância.

Ficamos curiosos a respeito da quilometragem de 35.800 km no hodômetro, porém o hodômetro já deve ter girado após passar de 100 mil km, afirmam Marcelo e Adriano.

A LANTERNA INCRUSTADA NAS LATERAIS DEU LUGAR AO JOGO DE LUZES REDONDINHO (FOTO: REPRODUÇÃO)

Por fora, as faixas pretas foscas do capô se repetem na seção entre as lanternas. As luzes são pequeninas, bem diferente das redondas duplas adotadas depois do facelift. O estilo dessa geração do Opala durou de 1971 até 1975, ano-modelo que já trazia a reestilização.

O estepe é do mesmo tipo das rodas originais. Ele fica acondicionado no porta-malas à direita. O compartimento tem até tapetinho. O visual é imaculado até onde você não vê: o assoalho foi todo refeito. Dá gosto de levantar um carro assim na oficina.

O inesquecível seis em linha

O cofre do motor também é dos mais belos: o seis em linha vermelho tem todos os selinhos. O 4.1 gera bons 140 cv e 29 kgfm a 2.400 rpm — os números são brutos, a potência e torque líquidos ficam em 115 cv e 26 kgfm, o suficiente ainda assim para dar uma pegada esportiva. “A mecânica é totalmente original, mantive tudo para agregar mais valor ao carro”.

O câmbio manual de quatro marchas no assoalho foi uma novidade introduzida pelo SS, que vinha ainda com bancos dianteiros individuais. A arrancada de zero a 100 km/h se dá em 11,3 segundos e a velocidade máxima encosta nos 180 km/h, números de dar inveja na ocasião.

O MOTOR 4.1 FOI MANTIDO COMO SAIU DE FÁBRICA, SEM MODIFICAÇÕES (FOTO: REPRODUÇÃO)

Olha que ainda havia o 250-S, motor com 171 cv, comando de válvulas bravo (com tuchos mecânicos), carburador duplo e outras modificações. Mas ele só foi lançado em 1976. E o negócio desse Opala 73 do anúncio é ser original como um carro recém-saído da concessionária.

ATÉ A CHAVE TEM UM CHAVEIRINHO PERSONALIZADO (FOTO: REPRODUÇÃO)

Fonte: Julio Cabral/Revista AutoEsporte

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