Um gigante a 2.200km/h: Conheça a história do Concorde, o avião que esnobava a velocidade do som

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O Concorde foi uma maravilha da engenharia moderna e um ícone de estilo em todo o mundo. Capaz de atravessar o Atlântico em menos de três horas, o Concorde cruzou mais de duas vezes a velocidade do som e atingiu uma altitude de 60.000 pés. Seus passageiros se maravilharam com a curvatura da Terra, enquanto viajavam a 2.220 Km/h e bebiam champanhe na borda do espaço.

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CONCORDE E BRISTOL

A conexão de Bristol com viagens supersônicas remonta ao final da década de 1950, quando a Bristol Aircraft na Filton começou a trabalhar no projeto de um avião supersônico. Sob o código de projeto catch-all ‘Tipo 198’, várias propostas foram apresentadas, incluindo um projeto de asa M e um projeto de asa delta de seis motores.

A equipe de design de Bristol foi dada a ir adiante para desenvolver um avião supersônico de longo alcance de 110 assentos, conhecido como ‘Tipo 223’. Ao mesmo tempo, a Aerospatiale da França estava desenvolvendo seu similar ‘Super Caravelle’. Para economizar custos, os projetos de desenvolvimento foram combinados e o resultado foi o Concorde anglo-francês.

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MONTAGEM

Componentes para Concorde foram fabricados em vários locais no Reino Unido e na França, e havia duas linhas de montagem, uma na Filton e outra na Toulouse. O primeiro protótipo britânico fez seu primeiro vôo de Filton em 9 de abril de 1969, 38 dias após o protótipo francês. Ao todo, dez foram construídos em Filton e dez na França.

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PODER

O Concorde foi equipado com quatro motores Rolls-Royce / SNECMA Olympus 593. Este motor é o descendente direto do Bristol-Siddeley Olympus, o primeiro motor de turbojato de fluxo axial de dois carretéis do mundo, projetado e construído em Patchway. O Olympus 593 foi testado em voo a partir do Filton Airfield instalado na parte inferior de um bombardeiro Vulcan.

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APOIO, SUPORTE

Testes de voo foram realizados pela RAF Fairford, mas o terceiro britânico Concorde, 202, foi baseado na Filton como uma aeronave de desenvolvimento quando o centro de testes de Fairford fechou. Ela foi fundada em 1980, mas continuou como uma estrutura de teste estática até que foi adquirida pelo Museu Brooklands em 2004.

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SIMULADOR

Filton foi a casa do simulador de voo Concorde da British Airways, que entrou em serviço em 1975. Este foi montado em seis carneiros hidráulicos para dar o efeito de voo. Originalmente, ele usou uma paisagem e câmera modelo, mas foi atualizado para a mais recente tecnologia de computadores em 1987.

O ÚLTIMO CONCORDE

O vôo final da Concorde foi feito em 26 de novembro de 2003, quando o Concorde 216 voou de Heathrow para seu destino final – Filton. No caminho, fez o último voo supersônico de um avião de passageiros para o futuro previsível. Aqui no Aerospace Bristol é preservado para as gerações futuras, no berço da viagem supersônica.

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Era caro, mas os cerca de US$ 9 mil pagos por uma passagem transatlântica de ida e volta a bordo do avião supersônico Concorde valiam a pena para quem não queria perder tempo e tinha dinheiro no bolso. No dia 25 de julho de 2000, 109 pessoas – entre passageiros e tripulantes – embarcaram no símbolo do glamour do jet-set internacional no aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, em Paris, para uma viagem de apenas três horas e meia até Nova York, nos Estados Unidos. Em um avião “normal”, o tempo de voo sem escalas é de aproximadamente 8 horas.

Além de cruzar o Atlântico em menos da metade do tempo, os passageiros ainda iriam desembarcar em Nova York mais cedo do que haviam deixado Paris, devido à diferença de fuso. Voando a 18 km acima da Terra e com uma velocidade máxima de 2.173 km/h, o Concorde parecia estar se consolidando como o futuro da aviação.

No entanto, o que parecia ser mais uma vitória da tecnologia e do conhecimento humano começou a fracassar em julho de 2000. Já durante a decolagem, um dos motores do Concorde – até então considerado um dos aviões mais seguros do mundo – pegou fogo. Sem pista o suficiente para abortar o procedimento, os pilotos decidiram levantar voo, mesmo com a asa esquerda em chamas. Sem força, o avião cruzou uma estrada em baixa altura e começou a pender para o lado esquerdo, pois a asa estava derretendo.

O objetivo dos pilotos era pousar no aeroporto mais próximo, o Le Bourget. Faltavam apenas 3,5 km para chegar à pista. No entanto, não foi possível manter o controle do avião, que acabou se espatifando em cima de um hotel da localidade francesa de Gonesse, depois de apenas 120 segundos de voo. As caixas-pretas da aeronave ficaram completamente destruídas. Cem passageiros – a maioria deles alemães -, nove tripulantes e quatro pessoas que estavam em terra morreram.

Após dezoito meses de investigação, o Escritório de Investigação e Análise (BEA) concluiu que o acidente ocorreu porque o avião passou por cima de uma lâmina metálica perdida minutos antes por um DC-10. A peça causou o estouro de um dos pneus, e os seus restos perfuraram um dos depósitos do Concorde, que pegou fogo. A Continental Airlines, responsável pelo DC-10, afirma que o fogo começou antes do Concorde passar por cima da peça metálica. Para a empresa, a investigação foi incompleta e o Concorde tinha uma falha.

Em abril de 2003, as companhias British Airways e Air France encerraram a exploração comercial do Concorde alegando aumento dos custos de manutenção e do insuficiente número de passageiros em seus voos, porém a verdade é que após o acidente o gigante que alcançava velocidade impressionante deixou de ser visto com os mesmos olhos.

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