É impossível se falar em monto sem antes pensar da lendária Yamaha RD350, carinhosamente conhecida por “Viúva Negra”. Ela foi uma das primeiras motocicletas de produção em massa a apresentar um motor de dois tempos de alta performance. Seu motor de 2 cilindros, refrigerado a ar, gerava uma potência significativa para a época.
No mundo das motocicletas, existem máquinas que ultrapassam gerações, deixando uma marca indelével na história do motociclismo. A Yamaha RD350 é uma dessas lendas sobre duas rodas. Lançada na década de 1970, essa motocicleta não apenas conquistou os corações dos entusiastas de motores, mas também deixou um legado duradouro que continua a influenciar e inspirar os amantes das motos até os dias de hoje.
É surpreendente que muitos desconheçam o significado da sigla RD: Road Developed, que traduzido, remete à ideia de uma motocicleta desenvolvida para competições. No Brasil, as primeiras RDs surgiram por volta de 1974, pouco antes da proibição da importação de veículos em 1976. Durante esse período, a presença dessas motos era escassa por aqui, enquanto em outros países elas já marcavam presença e evoluíam rapidamente, o que nos mantinha distantes de acompanhar sua evolução.
O pioneiro modelo da RD 350 era equipado com um motor de 347 cm3 (com um diâmetro de 64 mm e curso de 54 mm), gerando 39 cv de potência a 7.500 rpm e um torque máximo de 3,8 m.kgf a 7.000 rpm. Sua entrega de torque em baixa rotação era praticamente inexistente, com o pico de potência manifestando-se a partir dos 5.000 rpm. Com um peso de apenas 143 kg, alcançava uma velocidade máxima de 166 km/h e atingia a marca de 0 a 100 km/h em aproximadamente 7 segundos.
A configuração mencionada era observada nos poucos modelos adquiridos por motociclistas brasileiros entre 1974 e 1976. Ao longo dos anos, a RD 350 passou por várias modificações estéticas e mecânicas, e somente a partir de 1986, com a produção do modelo RD 350 LC pela Yamaha em Manaus, o Brasil pôde testemunhar novamente a presença dessa máquina.
Nessa época, sua configuração havia avançado consideravelmente, tornando-se a motocicleta mais esportiva já fabricada no Brasil, com um visual e mecânica praticamente idênticos aos modelos lançados no exterior. Devido à qualidade do nosso combustível, a versão brasileira da Viúva Negra foi lançada com uma potência reduzida, oferecendo 55 cv a 9.000 rpm e torque máximo de 4,74 m.kgf a 8.500 rpm.
Tratava-se de uma verdadeira máquina esportiva adequada para uso urbano, exigindo considerável habilidade por parte dos pilotos. Contudo, devido a alguns acidentes fatais envolvendo esse modelo, o apelido ‘Viúva Negra’ ganhou força e notoriedade.
A motocicleta dispunha de freios a disco dianteiro com pastilhas de dupla ação, um câmbio de 6 marchas e um potente motor de dois tempos, capaz de atingir altas velocidades com facilidade e rapidez. Frear exigia muita destreza, uma vez que, do contrário, resultaria em quedas.
Yamaha RD350 Viúva Negra – O Impacto Cultural e a Popularidade Duradoura
A RD350 não era apenas uma máquina em termos de desempenho. Ela se tornou um ícone cultural. Sua popularidade era evidente não apenas nas ruas, mas também nas pistas de corrida, onde pilotos talentosos exploravam seu potencial, destacando-se em competições e estabelecendo a reputação da moto como uma verdadeira máquina.
Essa popularidade resultou em uma comunidade fervorosa de entusiastas que ainda celebram e mantêm viva a memória da RD350. Clubes, fóruns online e encontros dedicados a essa moto icônica continuam a prosperar, mostrando o impacto duradouro que ela teve no mundo das motos.
Legado e Evolução Tecnológica
O legado da Yamaha RD350 vai além do seu sucesso inicial. Sua influência pode ser vista em modelos posteriores, inspirando a criação de motocicletas modernas de alto desempenho. A tecnologia e a engenharia por trás da RD350 pavimentaram o caminho para o desenvolvimento de motores mais potentes e eficientes.
Os avanços subsequentes na indústria de motocicletas devem muito à inovação introduzida pela Yamaha com a RD350. Seus conceitos de desempenho e manuseio contribuíram significativamente para o desenvolvimento de motos mais avançadas que vemos atualmente nas ruas e nas pistas.
A RD350 nos Dias Atuais
Embora não seja mais produzida, a Yamaha RD350 mantém seu status de culto entre os entusiastas e colecionadores de motocicletas. Os modelos bem preservados são altamente valorizados, e o interesse por essa lendária moto permanece forte.
Além disso, o renascimento do interesse por motocicletas clássicas trouxe a RD350 de volta ao centro das atenções. Muitos entusiastas trabalham na restauração e personalização dessas motos, mantendo viva a herança e a nostalgia associadas a esse ícone do motociclismo.
A “Viúva Negra” é um símbolo de inovação, desempenho e paixão. Sua influência no mundo das motos é inegável, e seu legado perdura, mesmo décadas após seu lançamento. O impacto cultural, o legado tecnológico e o apreço contínuo dos entusiastas provam que a RD350 não é apenas uma máquina do passado, mas sim uma inspiração que continua a acelerar os corações dos amantes de motocicletas em todo o mundo.
Yamaha RD350
Motor:
- Tipo: Dois tempos, refrigeração a ar
- Cilindros: 2 cilindros em linha
- Cilindrada: Cerca de 347 cc
- Sistema de Alimentação: Carburador
- Potência máxima: Aproximadamente entre 39 a 50 cavalos de potência, dependendo da versão e do ano específico
Transmissão:
- Tipo: Câmbio manual
- Marchas: Geralmente, equipada com um câmbio de seis marchas
Sistema Elétrico:
- Sistema de Partida: Elétrica
Chassi e Suspensão:
- Suspensão Dianteira: Garfo telescópico convencional
- Suspensão Traseira: Sistema de duplo amortecimento
Freios:
- Dianteiro e Traseiro: Freio a disco
Peso e Capacidade:
- Peso: Varia em torno de 150-160 kg (peso seco)
- Capacidade do Tanque: Geralmente em torno de 16-18 litros
É importante ressaltar que, embora estas sejam especificações gerais para a Yamaha RD350 durante os anos 80, houve variações e atualizações ao longo dos anos, podendo haver diferenças entre os modelos de diferentes anos ou entre versões específicas lançadas em mercados distintos.