Pela primeira vez na história, o Volkswagen Golf receberá uma nova geração sem a “certeza matemática” de que conseguirá manter sua posição de carro mais vendido da marca. Em uma época que o mercado está sendo dominado pelos SUVs e crossovers, o Golf apostará em uma série de inovações para continuar relevante. Sua apresentação será entre junho e setembro (o mês do Salão de Frankfurt), mas as vendas só devem começar em janeiro de 2020.
Adiantamos agora muito do que esperar deste novo Golf. Suas linhas vieram dos flagras de protótipos rodando pela Europa e com informações que obtivemos ao longo do tempo. Por exemplo, as lanternas apareceram em um material divulgado pela VW falando de sistemas de iluminação.
Os motores? Difícil imaginar que serão muito diferentes do que já está na linha da Volkswagen no momento. Deve contar com o 1.0 turbo de três cilindros como opção da entrada e o 1.5 TSI de quatro cilindros nas demais. As opções a diesel para a Europa continuarão a ser os 1.6 e 2.0 TDI (este último com as atualizações lançadas com o Passat reestilizado). Por fim, o Golf GTI deve seguir com o 2.0 TSI e a marca já adianta que ele será puro, sem usar qualquer tipo de eletrificação. Rumores dizem que pode passar dos 300 cv. O elétrico eGolf não deve seguir em produção, já que rivalizaria em preço e proposta com a nova linha I.D. (que também estreia neste ano). Já o híbrido Golf GTE pode seguir vivo.
Os faróis serão totalmente diferentes dos outros carros da Volkswagen. O Golf já teve luzes circulares e, recentemente, mais finas e retas. Será a primeira vez que os faróis terão um tipo de “degrau”, ao invés da linha reta na base. Ainda ficará posicionado mais abaixo, para que sua parte interna fique integrada à pequena grade dianteira onde está o logotipo.
Compare as duas fotos acima, do primeiro Golf (de 1974) e a de como achamos que deve ficar a nova geração. Ele abandonou totalmente a tradição para se adequar aos novos tempos. O ponto mais difícil de imaginar foram os projetores dos faróis, já que a VW pode pensar em vários estilos e eles são muito difíceis de identificar nos flagras dos protótipos.
Se a frente do Golf promete ser diferente de tudo o que vimos nos seus 43 anos de tradição, a traseira se desprende ainda mais do passado. Pense bem: o Golf é o guia do resto da linha da Volkswagen, inspirando o design de muitos deles, mas agora buscará referência no T-Roc.
Podemos notar isso no formato das lanternas e especialmente nas laterais, que mostra ser menos linear do que o normal. A tampa do porta-malas dá uma “inchada” logo abaixo do vidro traseiro, ao invés de ser totalmente reta como no atual.
O novo Mercedes-Benz Classe A mexeu no mercado dos hatches médios e fez com que as rivais tivessem que correr atrás. Isso porque a Mercedes instalou o sistema MBUX, com duas telas enormes no painel, uma para o painel de instrumentos e outra para a central multimídia, além de equipar o veículo com muitas tecnologias avançadas, como o assistente por voz (baseado na Alexa da Amazon, a Siri da Apple e no Google Assistente).
No novo Golf, essa solução não deve ser tão drástica, mas isso não significa que não deve tentar se aproximar do Classe A. Esperamos por algo inspirado no Touareg, com duas telas grandes no painel que parecem ser integradas. Uma novidade vinda do T-Cross europeu será o volante com novo desenho, que também já foi parar no Passat reestilizado.
O destino do Golf no Brasil ainda é incerto. Sabemos que o modelo continuará a ser vendido e executivos disseram ao Motor1.com que a estratégia será usá-lo para demonstrar as tecnologias da empresa. A marca deve focar na oferta das versões GTI e GTE, as mais equipadas. Já sua produção em São José dos Pinhais (PR) pode ter fim com a mudança de geração. David Powels, na época presidente da marca na América do Sul, já havia sinalizado o fim do Golf nacional a médio prazo, citando a queda na procura pelos hatches médios. Ou seja, o mais provável é que tenhamos o Golf 8 como importado.
Fonte: Adriano Tosi/Motor1