O Fiat Uno é indiscutivelmente um carro icônico cuja descontinuação, sem dúvida, foi questionável. No Brasil, sua produção foi suspensa para dar espaço ao Fiat Mobi, um veículo com apelo emocional e proporções diferenciadas em relação ao Fiat Argo. No entanto, a marca Uno é um nome clássico e há sinais promissores de que pode fazer um retorno triunfal ao mercado. A incógnita que permanece é a maneira como esse renascimento acontecerá.
Há uma certa agitação nas publicações especializadas e surgem mensalmente novas “propostas” para o Fiat Uno. A mais recente sugere que ele poderá usar a mesma plataforma do novo Citroën C3, recém-lançado no Brasil. Anteriormente, considerava-se a possibilidade do novo Fiat Uno ser baseado no Opel Mokka europeu, que também utiliza a plataforma CMP da PSA Peugeot Citroën.
Antes da pandemia, a ideia predominante era de que o novo Fiat Uno seria baseado no conceito Fiat Centoventi, que será o novo Panda italiano. Essa ideia fazia todo sentido – e ainda faz – porque o Fiat Panda na Itália e o Fiat Uno no Brasil sempre conviveram pacificamente, antes da chegada da Stellantis ao Grupo FCA. Eram praticamente o mesmo carro, mas com nomes diferentes.
A proposta de que o novo Fiat Uno possa ter o mesmo design do novo Citroën C3 não parece muito coerente. A Citroën buscou uma abordagem de “hatch com atitude SUV” e baixo custo de produção, com preços mais acessíveis, porque precisa se reinventar no Brasil. A Fiat, por outro lado, agora está posicionada acima da Citroën, como uma marca aspiracional.
Assim, é mais provável que um futuro design do Fiat Uno seja baseado no Opel Mokka ou no Fiat Centoventi/Panda. O designer Kleber Silva já adiantou como poderia ser esse novo Fiat Uno inspirado no Mokka. Segundo o site Car Scoops, na Europa esse carro seria chamado de Fiat Punto e, no Brasil, poderia manter o nome Uno.
Em um contexto atual, uma nova geração do Fiat Uno poderia ser equipada com os motores 1.0 turbo de 130 cv e 1.3 aspirado de 107 cv da Fiat. O motor 1.2 turbo da Citroën/Peugeot também seria uma opção interessante, mas, por enquanto, está disponível apenas na Europa.
O novo Fiat Panda certamente poderá utilizar uma configuração híbrida, combinando o motor 1.2 Puretech turbo de 109 cv com um motor elétrico e uma bateria de 50 kWh, além do motor 1.0 Puretech aspirado de 82 cv com um motor elétrico e uma bateria de 40 kWh. Por que não considerar essa possibilidade para um futuro Fiat Uno nacional?
Novo Fiat Uno 2024 (Especulação)
Há especulação acerca da possibilidade de que essa conjunção de motores seja reservada para o tão aguardado novo Fiat 600 (Seiscento), resgatando um nome que a Fiat utilizou entre 1955 e 1969 na Itália, de 1960 a 1982 na Argentina e de 1979 a 1982 na Colômbia. No entanto, em cada um desses países, o veículo poderá adotar um nome mais afinado com a preferência local.
Uma certeza inquestionável é que a gama de veículos da Fiat na Europa estará integralmente voltada para carros elétricos até 2027, indicando que restam menos de cinco anos para essa transição completa. Essa revelação surgiu durante a exposição dos resultados financeiros do Grupo Stellantis em 2021 e se aplica estritamente ao mercado europeu. No Brasil, já foram oficialmente confirmados três modelos elétricos, e a próxima geração do Fiat Uno tem o potencial de se tornar o quarto elemento nessa notável transformação.
O potencial lançamento do novo Fiat Uno está em vias de tornar-se uma realidade na fábrica de Tychy, localizada na Polônia. Esta instalação já desempenhou um papel crucial na produção dos icônicos modelos Fiat 500 a combustão e do elegante Lancia Ypsilon. Em um contexto mais amplo, a Fiat, liderada pelo CEO global Olivier François, manifestou durante a pandemia o desejo de ressuscitar nomes clássicos para sua primeira geração de veículos elétricos.
Todas essas perspectivas estão sendo minuciosamente avaliadas por Antonio Filosa, o COO da Stellantis América do Sul. Filosa desempenhou um papel de destaque na notável trajetória de sucesso da Fiat e da Jeep no Brasil, e sua missão primordial atual é revitalizar as marcas Citroën e Peugeot no país. Enquanto os planos referentes à próxima geração de veículos da Fiat estão em fase de discussão, é plausível que certas decisões já estejam sendo tomadas nos bastidores.
Fontes: Sergio Quintanilha / Terra / Guia do Carro