É comum que as pessoas guardem objetos como uma forma de manter viva a memória de pessoas e eventos do passado. No entanto, essa prática pode ser confundida com o entesouramento, que é o acúmulo excessivo de coisas sem utilidade. Para quem guarda esses objetos, eles são como uma máquina do tempo que permite reviver momentos especiais que de outra forma estariam perdidos no tempo. Esses objetos podem transportar as pessoas de volta a um passado distante, permitindo que momentaneamente revivam alguns dos melhores momentos de suas vidas, dos quais só podem sonhar no presente.
Os carros são excelentes objetos de memorabilia, pois eles carregam em si histórias e experiências únicas. As horas meticulosas passadas sob o capô, tentando entender como o motor funciona, os consertos realizados com amigos e familiares, as viagens inesquecíveis pela natureza e até mesmo aqueles cruzeiros solitários nas estradas secundárias de domingo podem ser lembranças muito mais vívidas do que qualquer filmadora ou álbum de fotos.
Os carros são um símbolo de liberdade, aventura e paixão, e cada um tem uma história única para contar. Mesmo depois que eles deixam de ser usados, eles ainda podem ser apreciados como um tesouro valioso, guardando as memórias e as emoções que fizeram parte da vida de seus donos.
Para muitas pessoas, se desfazer de um carro que significou muito para elas é como cortar um pedaço de suas próprias vidas e entregá-lo a outra pessoa. O valor sentimental desses veículos é mais valioso do que o ouro, e muitas vezes é preferível deixá-los murcharem em migalhas em uma garagem do que vê-los fora de sua vista.
Esses carros são mais do que simplesmente objetos materiais – eles representam momentos felizes, aventuras memoráveis e pessoas especiais que estiveram presentes em suas vidas. É por isso que muitos proprietários de carros antigos ou clássicos preferem mantê-los mesmo quando a manutenção e o armazenamento podem ser difíceis ou caros. Para eles, esses carros são uma parte integral de suas histórias pessoais e devem ser preservados como uma conexão com seu passado.
Jonny Smith, apresentador do programa The Late Brake Show, vivenciou recentemente uma experiência emocionante enquanto preparava o último episódio da série Barn Find. Durante suas buscas por carros antigos, ele descobriu um modelo raro do Ford Cortina SVO que havia ficado abandonado por décadas e que tinha sido visto pela última vez na estrada antes dos anos 90.
Smith ficou fascinado pela história por trás desse carro clássico e, ao examiná-lo de perto, pôde ver as marcas do tempo em sua carroceria e motor. Mas, apesar de sua condição precária, o Ford Cortina SVO ainda tinha muito potencial, e Jonny decidiu que ele seria o foco do episódio final de sua série.
Durante o episódio, Jonny e sua equipe trabalharam arduamente para trazer o carro de volta à vida, desde a remoção da ferrugem até a restauração do motor e da transmissão. O processo foi longo e desafiador, mas a equipe não desistiu até que o carro estivesse finalmente pronto para voltar à estrada.
Para Jonny, essa experiência foi mais do que apenas restaurar um carro antigo – foi uma oportunidade de preservar uma peça valiosa da história automotiva e de honrar o legado de um modelo que foi muito amado pelos entusiastas de carros. O Ford Cortina SVO, agora restaurado, pode agora ser apreciado e admirado por muitos anos como um exemplo vivo da paixão e dedicação dos apaixonados por carros antigos.
O clássico Ford Cortina SVO é um membro da família há mais de quatro décadas. De acordo com o proprietário atual, o destaque do modelo de 1974, o MK III Cortina 2000E, pertencia ao seu falecido avô e era um item muito querido.
Mesmo após vinte anos desde a morte do avô, nenhum dos membros da família estava disposto a se separar do carro – até recentemente, quando o veículo foi apresentado no Late Brake Show.
Para quem acompanha o programa, sabe que os produtores exploram carros clássicos que foram abandonados e tentam trazê-los de volta à vida. E o Ford Cortina SVO não foi exceção – a equipe trabalhou arduamente para restaurar o carro e deixá-lo em plenas condições novamente.
Mas, para a família, esse resgate foi muito mais do que apenas um projeto de televisão. Foi uma oportunidade de trazer de volta à vida uma parte valiosa da história familiar e de honrar a memória do avô. Com o carro agora funcionando novamente, a família pode finalmente apreciar e compartilhar esse item precioso com o mundo, sabendo que o legado de seu avô e o amor pelos carros clássicos continuam vivos.
Se você saiu do Brasil para visitar o Reino Unido nos anos 70 e estava atento às tendências automotivas da época, certamente reconhece a popularidade do Ford Cortina de terceira geração. Durante um período, o Cortina MK III era o equivalente britânico do Toyota Corolla em termos de demanda.
A gigante americana iniciou o desenvolvimento do Cortina no final dos anos 60, como uma colaboração entre a Ford UK e a Ford Alemanha (atualmente conhecida como Ford Europe). Como resultado, o Cortina foi produzido em grandes quantidades, o que contribuiu para sua popularidade.
O Ford Cortina MK III se destacou por seu design atraente, tecnologia avançada e desempenho confiável. Foi um dos carros mais vendidos da época e estabeleceu um padrão para futuras gerações de carros de passeio na Europa. Até hoje, o Cortina continua sendo uma referência para entusiastas de carros clássicos e um marco importante na história da indústria automotiva britânica.
O Ford Cortina MK III foi lançado no mercado europeu entre 1970 e 1975 em três versões distintas: cupê, sedã de quatro portas e perua. Foi um sucesso instantâneo, até que seu irmão mais novo, o Ford Escort, foi lançado em 1976. A produção do Cortina continuou por mais cinco gerações.
Em comparação com o MK II, o MK III era mais quadrado e grande, apesar de ter o mesmo comprimento total (o MK III era cerca de 4 polegadas ou 100 mm mais largo que o MK II). Seu design foi inspirado na garrafa de Coca-Cola nos EUA. O Cortina MK III compartilhava o mesmo chassi com o Ford Taunus, produzido pela Ford Alemanha, e por esse motivo, recebeu o codinome TC1 (Taunus-Cortina).
O Ford Cortina MK III era um carro bastante avançado em sua época, com tecnologia de ponta, design moderno e excelente desempenho. O carro oferecia opções de motores a gasolina e diesel, assim como transmissões manuais e automáticas. O modelo foi um dos mais vendidos da história da Ford no Reino Unido e continua sendo um clássico procurado por colecionadores de carros antigos.
O Cortina MK III foi o último modelo projetado pela Harley Copp no Reino Unido (como vice-presidente de engenharia) antes de seu retorno a Detroit.
Sob o capô, o Ford Cortina MK III 1974E de 2000 vinha com um motor de quatro cilindros em linha naturalmente aspirado de 2 litros (1993 cc) bom para 97 hp (98 ps) e 151 Nm (111 lb-ft) de torque. O motor Ford OHC (Pinto) foi acoplado a uma transmissão manual de 4 velocidades, canalizando a potência para as rodas traseiras.
O veículo de Jonny encontrava-se em boas condições, levando em conta que esteve fora de circulação desde os anos 90. A lataria apresentava poucas avarias, apesar de ter alguns pontos de ferrugem nos poços das rodas traseiras e desgaste estético no teto de vinil. O interior, incluindo o painel de madeira, estava em estado razoável, apesar de Jonny ter notado que o banco do motorista havia sido substituído.
Os cuidadores deste raro sobrevivente de 1974, um MK III Cortina 2000E, decidiram colocá-lo à venda. Segundo Jonny, o carro estará disponível para compra em breve na Carros e Clássicos.
Versões raras do Cortina foram leiloadas em sites como o Bring a Trailer, com preços variando entre US $12.000 e US $25.000. Se você está curioso para ver a ação de reavivamento deste modelo, recomendamos assistir ao vídeo acima.