O Fiat Marea foi considerado um dos maiores fracassos da montadora italiana no segmento dos modelos médios. A primeira tentativa de sedan com este porte no Brasil, o Tempra não chegou a ser líder de vendas, mas conquistou seu espaço. Seu sucessor chegou em 1996 na Europa e em 1998 já era vendido por aqui.
O Marea tinha um estilo bem “Eu sou o Marea” – tanto que as formas venciam bastante sobre a função. O farol, lindérrimo para alguns, iluminava pouco. O painel tinha um vistoso rádio, fazendo a saída de ar ficar baixa (fazendo tomar ar frio ou quente nas mãos).
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No começo, havia o motor 2.0 20v de 142 cavalos. O presente de Natal de 1998 foi o Marea SX, terrivelmente pelado (não tinha ar, vidros elétricos ou som, além de ter 15 cavalos abatidos; ao menos ficaram as calotas).
Depois foi lançado o Marea dos Marea, o Turbo – com motor de 182 cavalos (bastante amansado em relação ao propulsor do Fiat Coupé). E em 2000 chegou a motorização 2.4 20v, de 160 cv, uma verdadeira usina perante outros nacionais da época. Todas estas novidades eram suficientes ao Marea assumir apenas a segundona entre os sedans médios mais vendidos (praticamente por W.O., já que os concorrentes eram bem menos pretenciosos), e bastante distante do Vectra que, como você sabe, era o fodalhão em vendas da época.
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Com o tempo, o Marea foi perdendo seu carisma de topo-de-lnha da Fiat. No Brasil, o Stilo ficava até mais caro que o Marea em algumas versões. E na Europa, sedan e perua saiam de linha para dar lugar ao Croma, um sedan-minivan-perua-diabo-a-quatro-sei-lá-mais-o-quê, de acordo com a definição da própria Fiat. A Fama de carro bomba percorreu os quatro cantos do país, comprar um Marea chegou a ser motivo de piada.
O grande pecado do Marea foi a mecânica “avançada” demais, com manutenção cara e que exigia mão de obra especializada. Coisas que definitivamente não deram certo em terras brasilinas, onde o povo tá acostumado com motores boxer a ar, APzões e GM família I e II, que qualquer alfissina boca-de-porco mexe… Quem podia bancar uma manutenção sofisticada dessas queria distância do já manolizado Marea. Assim, ele se tornou um dos maiores micos de mercado já vistos no Brasil.
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Para tentar reverter esta situação e dar sobrevida ao modelo, já que não havia outro sedan médio no catálogo da Fiat, em 2005 o Marea ganhava outra reestilização, mais leve que a de 2001, com a grade “tiozinho”. Também podia ser equipado com o sistema Connect, ironicamente inaugurado pelo Stilo um ano antes. Veio também o motor 1.6 16v de 106 cv, que era o oposto de todos os outros utilizados antes no Marea: fraco, econômico, confiável e de manutenção simples. Tanto é que alguns até chegaram a cair nas mãos dos taxistas!!
A primeira vítima da linha Marea foi o Turbo, que saiu de linha para não perder (em “vida”) o título de nacional mais potente, superado por Civic Si e Golf 4,5 GTI. Depois, no meio de 2007, as versões com motor 2.4 davam o adeus. Por fim, com o sucesso do Punto no fim de 2007, a Fiat anunciou o fim da linha para o Marea (o modelo era rejeitado pelo mercado: a perua, no ano todo de 2007, vendeu 43 unidades, todas na mira dos “colecionadores”). Quase um ano depois veio o Linea, um carro inferior, e que faz jus à má fama da Fiat no segmento médio.
*Com informações do Bizarrices Automotivas